Da escuta à escrita: a construção do caso clínico em psicanálise - Artigo

 


Este artigo possui o objetivo de buscar elementos para compreender a construção do caso clínico na Psicanálise, bem como a importância da escrita a partir de uma escuta sustentada pela sua ética, constituindo-se, portanto, em uma revisão teórica. Sendo assim, irá abordar como se dá a pesquisa em psicanálise, sua metodologia, o conceito de caso clínico e sua função, elementos para pensar a sua construção, a questão da ética envolvida na escrita de um caso clínico e algumas problematizações em relação a esse tipo de produção.

A psicanálise, enquanto método de investigação do inconsciente, a partir do qual se realiza um tratamento, está embasada em uma ética da escuta ao discurso, ao desejo de um sujeito. Além do compromisso direto com as pessoas que procuram livrar-se de seus entraves, os analistas inseridos em uma comunidade psicanalítica encontram-se também sob a responsabilidade com a produção de conhecimento e a evolução teórica e técnica da psicanálise. Essa produção de conhecimento se realiza a partir da pesquisa em psicanálise, constituída pelo instrumento do relato do caso clínico e seus desdobramentos (ZANETTI; KUPFER, 2006). Portanto, cumpre fundamentar primeiramente como se dá essa pesquisa, qual a importância da mesma para a psicanálise e quais seus efeitos na clínica, para a partir daí descrever o que se entende por caso clínico e de que maneira pode ser construído o seu relato, bem como abordar questões relativas à ética implicada na sua escrita e publicação.

Créditos: Débora Franke * Jerto Cardoso da Silva **